1. O que é a cirurgia refrativa, quais os benefícios, e quando ela é indicada?
Bem, para explicar de maneira clara o que é a cirurgia refrativa vou começar explicando o que é refração. Refração é o estudo da passagem da luz de um meio para outro meio diferente, o que acontece também quando a luz entra nos olhos. O conceito de refração é utilizado no olho para verificar se aquele olho está com a focalização adequada para enxergar imagens nítidas. Um olho que não consegue essa focalização adequada é portador dos vícios de refração, como miopia, hipermetropia e astigmatismo.
A cirurgia refrativa, portanto, engloba os procedimentos cirúrgicos que visam corrigir a refração dos olhos e consequente acabar com os vícios de refração, sendo indicada para qualquer paciente que apresente um desses vícios, exceto em casos de condições que contraindicam o procedimento.
2. Quais as técnicas de cirurgia refrativa?
As técnicas mais utilizadas são PRK e LASIK. A principal diferença entre as duas técnicas está na primeira etapa dos procedimentos. Na LASIK é realizada uma pequena abertura na camada superficial da córnea (flap). A partir dessa abertura o laser atua diretamente na córnea do paciente. O PRK foi o primeiro tipo de cirurgia ocular a laser para correção da visão e consiste na remoção da fina camada externa da córnea (epitélio) antes de remodelar o tecido corneano subjacente com o excimer laser.
3. Após a cirurgia, o paciente continuará usando óculos?
As chances de que o paciente precise utilizar novamente óculos de grau após a cirurgia refrativa são bem pequenas, somente sendo indicado para quem permanece com algum grau residual. Cerca de 3% dos pacientes podem não ter uma correção completa, mas mesmo assim é possível discutir uma nova intervenção, apenas para ajustes.
4. O que caracteriza o glaucoma e quais são os primeiros sintomas da doença?
Glaucoma é uma doença grave que afeta a pressão dos olhos e causa danos ao nervo ocular, fazendo com que o paciente tenha uma redução gradual do seu campo visual, podendo chegar até mesmo à cegueira. Já os sintomas mais frequentes são olhos avermelhados, lacrimejar sem motivo aparente, fotofobia, dores de cabeça e o aparecimento de
manchas escuras no campo visual. É uma doença hereditária, por isso, havendo histórico familiar, merece especial atenção.
5. Existe alguma forma de evitar o desenvolvimento do glaucoma?
A melhor forma de se prevenir o glaucoma é realizando consultas anuais com um oftalmologista, principalmente pelo fato de que o glaucoma é uma doença crônica e que não tem cura. O glaucoma deve ser controlado com o uso de medicamentos apropriados, para que assim seja normalizada a pressão intraocular e o avanço da doença, que leva a perda da visão, seja interrompido.
6. É verdade que quase todo idoso, uma hora ou outra, vai desenvolver catarata ou isso depende de alguns fatores, como questões hereditárias por exemplo?
Não é uma questão hereditária e sim fisiológica. Trata-se da evolução natural do nosso organismo. Todos nós teremos o envelhecimento do cristalino e esse envelhecimento é o que leva ao desenvolvimento da catarata. Portanto, sim, todos nós teremos catarata em algum momento. No entanto, apesar de raros, há casos em que a catarata se manifesta precocemente. Geralmente os pacientes só percebem a perda da qualidade da visão quando a doença já chegou em seu estágio avançado, por isso é importante realizar consultas de rotina.
7. Ao longo dos últimos anos, a tecnologia evoluiu muito na área da cirurgia oftalmológica, como você relaciona esses avanços ao aumento da tranquilidade dos pacientes durante os procedimentos?
A princípio pensar em realizar uma cirurgia nos olhos pode causar certa aflição nas pessoas, é normal. Trata-se da nossa visão, de um órgão sensível e delicado. Acredito que o acesso à informação é o que trouxe maior tranquilidade aos pacientes no que diz respeito à cirurgia oftalmológica. Nas técnicas cirúrgicas que se utilizam laser, por exemplo, a duração da cirurgia é de poucos minutos. A anestesia é local, os procedimentos são seguros e rápidos, os resultados geralmente muito previsíveis e positivos. A tecnologia tem contribuído muito para o avanço da oftalmologia, o que nos possibilita diagnósticos cada vez mais precisos e procedimentos cada vez menos desconfortáveis.