Essa é uma dúvida frequente dos pacientes, ao chegarem ao consultório do cirurgião plástico. Qual seria o procedimento mais indicado, a abdominoplastia ou lipoaspiração? Na verdade, essas duas cirurgias não concorrem entre si. Elas se complementam. E, com muita frequência, são realizadas concomitantemente, na mesma cirurgia.
Popularizada, em 1982, pelo médico francês Yves-Gerard Illouz, a lipoaspiração foi idealizada para retirar, por meio de sucção, a gordura localizada na espessura da parede de diversas áreas do corpo. Inicialmente, era realizada com o uso de cânulas com o diâmetro de um dedo polegar e, com o tempo, sofreu aperfeiçoamentos até chegar ao que temos hoje. As cânulas diminuíram em calibre, para causar menos trauma, e outros métodos foram criados, para se aliar a sucção: vibrolipoaspiração, lipoaspiração ultrassônica, a laser, com seringa, lipoaspirador. Métodos que, provavelmente, terão resultados semelhantes, quando realizados pelo mesmo profissional.
Normalmente, antes da lipoaspiração, injetamos uma solução líquida para facilitar a quebra das células de gordura e termos menos sangramento. Alguns chamam isso de hidrolipoaspiração. Já, a lipoescultura é quando parte da gordura aspirada é utilizada para dar volume em alguma outra área do corpo (lipoenxertia).
A abdominoplastia ou dermolipectomia abdominal seria a retirada do excesso de pele do abdome, realizada classicamente por incisões (cortes) maiores na parte inferior do abdome e ao redor do umbigo, resultando em cicatrizes nessas duas áreas. A cicatriz, na parte inferior do abdome, pode variar em extensão, dependendo da sobra de pele em cada caso. Portanto, a abdominoplastia não interfere na espessura da parede abdominal, e sim na sobra de pele.
Graças a estudos de anatomia, foram desenvolvidas técnicas que permitem a associação das duas cirurgias. Assim, é possível diminuir a espessura de gordura e ainda retirar o excesso de pele, com segurança, em relação à nutrição vascular da parede do abdome. Por isso, hoje, é extremamente comum a realização da lipoabdominoplastia.
Quanto aos riscos, temos sempre que lembrar da importância de que sejam respeitadas as melhores técnicas cirúrgicas, o ambiente adequado para o procedimento e o treinamento do cirurgião plástico. Aliados a uma boa avaliação pré-operatória e a melhor condição do(a) paciente, temos a possibilidade de um maior controle de riscos.