A cirurgia micrográfica de Mohs é a técnica cirúrgica considerada a mais efetiva no tratamento de alguns tipos de câncer de pele, principalmente o carcinoma basocelular. Esse tumor maligno de pele é o câncer de pele mais comum em humanos.
A técnica de cirurgia micrográfica de Mohs permite analisar completamente 100% das margens cirúrgicas ao redor do tumor durante o procedimento, utilizando- se uma margem cirúrgica mínima. Isso permite que sejam identificadas as áreas acometidas pelo tumor, retirando somente a pele doente.
Dessa maneira, a técnica consegue retirar apenas o tumor, poupando o máximo de pele saudável possível, diminuindo o tamanho final do defeito cirúrgico e as chances de recidiva do tumor. Essa técnica é amplamente utilizada por dermatologistas nos Estados Unidos, sendo comprovada como a técnica mais efetiva no tratamento dos carcinomas basocelulares, carcinomas espinocelulares e de dermatofibrossarcoma protuberans.
Durante o procedimento, é o próprio cirurgião de Mohs que retira o tumor, prepara o material para análise, avalia a lesão ao microscópio e remove mais lesão quando há a necessidade. Isso tudo ocorre no mesmo tempo cirúrgico, além da reconstrução do defeito cirúrgico, que também é realizado pelo cirurgião de Mohs. A realização de todas essas etapas no mesmo dia diminui o tempo de cirurgia e internação do paciente, além de avaliar toda a margem cirúrgica, diminuindo em muito a chance de o tumor reaparecer no local.
O mapeamento do tumor pelo cirurgião, permite a ampliação somente da área acometida pelo tumor, preservado assim mais tecido saudável do que nas técnicas convencionais de cirurgia de tumores de pele. As técnicas convencionais não permitem 100% de avaliação das margens cirúrgicas, o que aumenta a chance de o tumor reaparecer após uma cirúrgica. A avaliação total das margens na cirurgia micrográfica de Mohs aumenta as chances de cura do paciente – fato comprovado por inúmeros trabalhos científicos ao longo dos últimos 20 anos.
Essa técnica pode ser utilizada no tratamento de lesões tumorais em qualquer área de pele do corpo, porém está mais bem indicada para áreas nobres da face (nariz, bochechas, pálpebras, orelhas, por exemplo) e couro cabeludo.
Por ter maiores taxas de cura e capacidade de poupar mais tecido saudável, essa técnica acaba sendo uma excelente opção para essas regiões. Além disso, torna o fechamento do defeito cirúrgico menor, com cicatrizes menores e menos perceptíveis.
Muitas vezes, a técnica pode ser realizada somente com anestesia local. Em casos com necessidade de cirurgia maior, o ideal é o procedimento ser realizado sob sedação anestésica em ambiente hospitalar e com alta no mesmo dia do procedimento. Eventualmente, pode haver a necessidade de anestesia geral (o que é avaliado caso a caso). Em casos mais complexos, podemos ter a presença de outros cirurgiões como plásticos, cirurgiões de cabeça e pescoço e oftalmologistas.
Apesar de um custo um pouco mais elevado, em relação à técnica cirúrgica convencional, a cirurgia micrográfica de Mohs consegue ser mais efetiva garantido maiores chances de cura, menos recorrência dos tumores de pele e poupando mais pele saudável do paciente.