Para se ter uma alimentação saudável é necessário que haja o completo bem-estar físico, social e emocional. Porém, essa realidade pode estar distante para muitas pessoas. Quando a alimentação traz algum tipo de sofrimento persistente ou perturbação do comportamento relacionado a ela, podemos estar diante de um TRANSTORNO ALIMENTAR.
Em grande parte dos casos, os sintomas iniciais permanecem pouco visíveis, seja pelo fato de as primeiras manifestações poderem ser muito próximas do comportamento alimentar normal, seja por serem ocultadas ativamente pelos pacientes.
Muitas vezes, somente com o agravamento dos casos ou quando surgem complicações clínicas ou psiquiátricas é que o paciente procura ajuda ou é encaminhado para avaliação médica ou psicológica.
Dentre os principais transtornos alimentares estão a ANOREXIA NERVOSA, BULIMIA NERVOSA e o TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR. Apesar de uma série de aspectos psicológicos e comportamentais serem comuns, eles diferem na forma como a doença se manifesta e também no tratamento.
Na ANOREXIA NERVOSA, acontece uma restrição da ingestão alimentar, levando a um peso corporal significativamente baixo, interligado ao medo intenso de ganhar peso ou se tornar gordo. Além, disso o paciente não reconhece a gravidade de estar com baixo peso. O não tratamento da doença pode levar o indivíduo à desnutrição e até mesmo à morte.
No Transtorno da Compulsão Alimentar, acontecem episódios recorrentes de compulsão alimentar, caracterizados por comer, em um período de tempo definido (p.ex., dentro de um período de 2h), uma quantidade de comida muito maior do que a maioria das pessoas comem durante o mesmo período de tempo e em circunstâncias semelhantes. Além disso, existe um sentimento de falta de controle sobre a alimentação durante o episódio (p.ex.: não consegue parar de comer ou controlar o que ou o quanto está comendo). Comumente, se come muito mais rapidamente do que o normal. Come até se sentir fisicamente mal. Come grandes quantidades de alimentos, quando não está fisicamente faminto. Come sozinho, por vergonha do quanto está se comendo. Sente repulsa por si mesmo, depressão ou culpa, após comer excessivamente
Na Bulimia Nervosa, acontecem os episódios recorrentes de compulsão alimentar (descritos acima) e recorrentes comportamentos compensatórios inadequados, a fim de evitar ganho de peso, tais como a autoindução de vômitos, que é o método mais conhecido. Porém, muitos pacientes também tentam compensar através do uso de laxantes, diuréticos, enemas ou outros medicamentos, jejum ou exercício excessivo.
O tratamento dos transtornos alimentares deve ser conduzido por uma equipe multiprofissional treinada na condução desses casos. Assim, o psiquiatra, o clínico, endocrinologista, o psicólogo, o nutricionista, a enfermagem e os outros profissionais de saúde, que possam estar envolvidos, devem trabalhar integradamente. Após o diagnóstico, avalia-se a gravidade de cada caso para ser criado o tratamento adequado e individualizado para cada paciente.
Quanto antes for obtido o diagnóstico, mais rápidos e melhores serão os resultados do tratamento.
