Não é de hoje que a preocupação com a aparência está presente no nosso cotidiano. Contudo, na última década, instaurou-se uma verdadeira ditadura da beleza, incitada em grande parte pelo uso constante das redes sociais e seus artifícios.
A recente onda da chamada “harmonização facial” com o uso de preenchedores injetáveis também vem contribuindo substancialmente para o aumento desse fenômeno.
Embora o objetivo primordial desse tipo de procedimento seja realçar a beleza natural dos pacientes, curiosamente, algumas vezes, o tiro tem saído pela culatra.
Alguns pacientes entram em uma busca incessante pela “sua melhor versão”, com expectativas irreais, gerando na maioria das vezes frustração e descontentamento.
Eis que surge o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), uma desordem mental na qual surge a preocupação excessiva com um defeito mínimo ou imperceptível, repercutindo negativamente na autoestima e qualidade de vida do indivíduo.
Com a banalização dos procedimentos com fins estéticos por profissionais sem a capacitação adequada, o belo e sutil dá lugar a resultados estereotipados, distorcidos e exagerados.
Além disso, as fotos compartilhadas nas redes sociais, com o uso recorrente de filtros e aplicativos para retoques e correções, acabam por instigar essa insatisfação com a aparência do mundo real, tornando ainda mais inalcançável o padrão de beleza virtualmente imposto: pele sem poros, manchas, cicatrizes, entre outros pequenos detalhes tidos como imperfeições.
Certa vez, Vinicius de Moraes escreveu a seguinte frase infeliz “as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Pois eu fico com a sabedoria de Sócrates, que dizia que “a beleza é uma tirania de curta duração”.
Bonito é ser de verdade – LIBERTEM-SE!
Busque sempre seu médico dermatologista ou cirurgião plástico para a avaliação dos procedimentos que são melhor indicados para você. Em se tratando desse tema no mundo real, preze pelo bom senso: menos é mais.