A Estenose Aórtica é uma doença cardíaca que acomete a válvula aórtica, uma das principais válvulas do coração, situadas entre o ventrículo esquerdo e a aorta (vaso sanguíneo que dá o mesmo nome à válvula aórtica).
É uma válvula unidirecional, isto é , permite a passagem do sangue que sai do ventrículo esquerdo para ser distribuído para todo nosso organismo em um só sentido, sendo este para adiante. Esta válvula se abre deixando o sangue que sai do ventrículo esquerdo passar livremente para todo o corpo e não o deixando retornar.
Esta válvula pode sofrer estenose , geralmente calcificante que impede a saída livre do sangue para o corpo todo, insuficiência que deixa o sangue ejetado para o corpo retornar ao coração e dupla lesão, obstrui a saída de sangue do coração e também o deixa voltar.
A incidência deste problema aumenta muito acima dos setenta anos sendo chamada de estenose aórtica degenerativa. Cerca de 70% das pessoas acima desta idade apresentam algum grau de espessamento dos folhetos que compõem a válvula aórtica causando assim diferentes níveis de estenose valvar aórtica
( leve, moderada ou grave ).
O resultado adiantado de um destes três problemas vai ocasionar em estado mais avançado , dor torácica, cansaço, tonturas, síncopes ( desmaios ) e dilatação das câmaras cardíacas podendo ser esta, irreversível. Em casos muito avançados pode causar arritmias malignas e morte, chamada assim de Morte Súbita.
Para tratarmos este problema em sua forma mais avançada tínhamos somente a cirurgia de troca valvar aórtica realizada há cerca de sessenta anos, mas a boa notícia é que existe hoje já em ampla utilização no Mundo todo e respeitando é claro vários critérios de indicação as TAVIs ( implante de válvulas cardíacas trans-cateter ) que tratam a estenose aórtica chegando à valvula aórtica estenótica através dos vasos arteriais geralmente das pernas.
Esta técnica foi criada em 2002 pelo professor francês Alain Gilbert Cribier em Rouen , na França e em 2012 estima-se que no Mundo todo cerca de 50.000 pessoas portadoras deste problema tenham sido salvas.
No primeiro momento esta técnica devia ser utilizada somente em casos onde a cirurgia tradicional tinha sido contra –indicada pelo cirurgião devido ao alto risco cirúrgico mas hoje já é uma condição de quase 100% de indicação para pacientes que têm idade acima de 75 anos.
Porque ainda não indicamos para todos os portadores deste problema ?
Estudos como o PARTNER vão nos revelar a evolução destas próteses comparadas com as próteses tradicionais cirúrgicas , durabilidade do material com o objetivo final de avaliar a qualidade de vida dos pacientes submetidos ao implante de uma TAVI e sobrevida dos mesmos comparando-os com a cirurgia tradicional ( peito aberto, mas hoje também bastante menos invasiva ).
As notícias são ótimas portanto o melhor é não ter medo de acompanhar seu caso com o seu cardiologista deixando correr livre o problema. Ele saberá qual é a melhor técnica para tratá-lo ou lhe indicará médicos especializados em ambas as técnicas, tanto cirúrgica convencional quanto os que realizam estes implantes chamados hoje de TAVI.