O envelhecimento masculino pode ser acompanhado de uma redução na produção androgênica, ou seja, dos hormônios sexuais masculinos, representados pela testosterona, cuja fonte produtora principal são os testículos.
Estima-se que acometa cerca de 20% da população masculina acima de 60 anos.
O DAEM é caracterizado clinicamente por sintomas de redução da libido sexual, disfunção erétil, irritabilidade, cansaço físico, redução da força muscular, e até mesmo sintomas de depressão.
Laboratorialmente ele é medido pela dosagem sanguínea da testosterona. Este hormônio encontra-se no sangue em 3 maneiras: livre (1-2%) ou ligado a albumina (40-50%), que são as frações ativas ou biodisponíveis, com atividade biológica; ou ainda ligado a uma proteína ligadora de globulina – SHBG (50-60%).
Com o avançar da idade, a fração SHBG aumenta, e com isso ocorre um decréscimo da testosterona biodisponível.
Para diagnóstico laboratorial, utilizamos geralmente a medida da testosterona total e da testosterona livre calculada (a medida direta da testosterona livre não é confiável, pelo método de radioimunoensaio; mas somente pelo método dialítico ou ultracentrifugação, não disponível em nosso meio)
Testosterona total abaixo de 230 ng/dL faz diagnóstico laboratorial de DAEM. Porém para valores de testosterona total entre 230 e 350 ng/dL, deve-se utilizar a fórmula da testosterona livre calculada (fórmula de Vermeulen), para a qual basta saber os valores das testosterona total, albumina e SHBG. Valores de testosterona livre calculada abaixo de 7 ng/dL também fazem o diagnóstico de DAEM.
A Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) então deve ser discutida, excluindo-se as contra-indicações, sejam elas relativas (apnéia do sono, doenças pulmonares crônicas, insuficiência cardíaca congestiva, síndrome nefrótica, cirrose, insuficiência hepática, ou obstrução do jato miccional por aumento do volume da próstata) ou absolutas (neoplasia de próstata e mama não tratadas).
Para o tratamento utilizamos principalmente as formas de testosterona injetáveis, como as testosteronas de ação curta ou quinzenais (propionato / durateston, ou cipionato / deposteron; ou as de ação prolongada ou trimestrais (undecilato / nebido)
Outra forma de reposição, mais fisiológica, seria a transdérmica, ou seja, absorção pela pele. Soluções tópicas que podem ser aplicadas nas regiões internas dos braços ou axilas, preferencialmente.
O paciente que faz reposição de testosterona deve ter o cuidado de monitorizar os níveis de hemoglobina, colesterol, PSA, função hepática e cardíaca, assim como o crescimento da próstata.
?
Maurício Figueiredo Lima e Marchese