Existe diferença entre queda de cabelo e rarefação capilar no couro cabeludo.
Na queda de cabelo (“Eflúvio Telógeno”) observam-se fios, em grandes números, ao longo da casa, no travesseiro, no carro, na rua, no trabalho, etc (lembrando que neste momento da quarentena, por caírem somente em casa, pode dar a falsa sensação que está caindo ainda mais). Já a rarefação do couro cabeludo, começa-se a notar a pele do couro cabeludo, porque os fios vão ficando bem fininhos e menores (devido a uma “miniaturização” do fio), e isto acontece devido a Alopecia Androgenética (“Calvície”). Trata-se de causas e tratamentos diferentes.
Existe ainda diferença entre queda de cabelo e quebra de cabelo. As quebras dos fios capilares podem ocorrer por danos químicos (colorações, descolorações, alisamentos) por danos térmicos (excesso de secadores, “chapinhas”, modeladores térmicos), por trações físicas (ao pentear/escovar os cabelos ou prendê-los muito apertados) ou por atrito (causado pelo ato de lavar os cabelos). E neste caso o fio pode “cair” quebrado em diversas alturas.
Existem muitas doenças nos folículos pilosos (“raiz do cabelo”) que podem levar à queda dos cabelos propriamente dita. A causa mais comum da queda acentuada é o Eflúvio Telógeno. Todos nós perdemos em média de 50 a 100 fios de cabelos por dia, e isto é totalmente normal. No couro cabeludo, existem cabelos em diferentes estágios (fase de crescimento, fase de pausa e fase de queda) simultaneamente.
Por isto é fisiológico todos os dias ter um pouco de queda, pois se trata dos fios que estão normalmente nesta fase.
Quando a queda capilar se agrava, passando a cair mais do caía normalmente, devemos pensar no Eflúvio Telógeno. Um dado importante é que um fator causal do Eflúvio Telógeno, irá ocasionar a piora da queda, 2 a 3 meses após o incidente.
As principais causas do Eflúvio Telógeno são:
1- Alterações Hormonais como doença na Tireóide, Síndrome do Ovário Policístico, início ou interrupção de usos anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal, uso de implantes hormonais, “chip da beleza”, anabolizantes, entre outros;
2- Falta de vitaminas e minerais no organismo, como por exemplo, deficiência de ferro, vitaminas B12, zinco. Estas deficiências podem ocorrer decorrentes à dietas restritivas ou podem estar associados à quadros anêmicos.
3- Excesso de Vitamina A ou Complexos de Vitaminas B, comuns em pessoas que tomam, por muito tempo, suplementos contendo estas vitaminas;
4- Algumas doenças, como síndrome metabólica, principalmente o diabetes, que provoque no organismo, e também no couro cabeludo, uma inflamação crônica;
5- Uso de medicamentos, como por exemplo, alguns antidepressivos, anticoagulantes e anti-hipertensivos;
6- Infecções bacterianas ou virais;
7- Excesso de Radiação Ultravioleta nos cabelos. O excesso de sol nos cabelos no verão, por exemplo, pode levar a uma queda acentuada dos cabelos no outono;
8- Estresse físico como pós-cirurgias (pós-parto, pós-bariátrica, pós-próteses), pós-lipoaspirações, pós traumas.
9- Estresse emocional, principalmente estresse pontual (perda de um ente querido, divórcio, perda de emprego, etc).
A investigação da causa do Eflúvio Telógeno deve ser minuciosa, com uma boa anamnese, exame de sangue e exame de tricoscopia (exame realizado diretamente no couro cabeludo com um aparelho próprio), para discernir o melhor tratamento.
Não subestime uma queda de cabelo ou tente diagnosticar ou tratar por conta própria, pois o eflúvio telógeno é apenas umas das várias doenças do folículo piloso que pode levar à queda capilar. Em caso de queda procure um Médico Dermatologista e Tricologista para dar o diagnóstico correto e indicar os tratamentos e as orientações adequadas.
Dra Cibele Tamietti Durães Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Tricologista Médica CRM: 52 74095-0 / RQE: 28322