No momento em que vivemos a retomada das atividades após a Pandemia de COVID 19 precisamos nos preparar para aquilo que denominamos ser “o novo normal”.Durante a crise percebemos ainda mais a importância do estilo de vida e do seu impacto sobre a nossa saúde física e mental. Os pilares de sustentação do que denominamos medicina do estilo de vida: alimentação, exercício físico, sono e controle do estresse se mostraram os grandes influenciadores da nossa capacidade de resistir às agressões físicas, ambientais e psicológicas.
Baseado em trabalhos que indicam uma associação entre o consumo da proteína animal e o desenvolvimento de doenças crônicas, como por exemplo, a doença coronariana e o câncer, a ingestão de uma dieta baseada em plantas (do inglês, “plant based”), se torna um dos mais importantes pilares na construção de um estilo de vida saudável. Muito além do consumo predominante de vegetais, a dieta plant based se baseia na idéia dos alimentos naturais, abolindo o consumo de processados ou ultra processados.
Com o isolamento social e a restrição das atividades em áreas públicas ou academias de ginástica, nos deparamos com uma nova pandemia, a da inatividade física. Enquanto o exercício físico promove o aumento da força muscular, melhora a capacidade aeróbica e está associado à liberação de uma série de hormônios que levam a sensação deprazer e bem estar, a inatividade física gera o extremo oposto.
Muito do nosso conhecimento sobre as adaptações cardiovasculares ao exercício físico derivam de um estudo que avaliou justamente os efeitos do sedentarismo sobre a nossa saúde. Nesse estudo, cinco jovens voluntários, saudáveis, permaneceram acamados por vinte e um dias. Após o período de inatividade, os mesmos voluntários participaram de um programa de treinamento físico por oito semanas. Os resultados demonstraram que mesmo após um período inatividade, a retomada do exercício foi capaz de melhorar a capacidade em níveis até superiores ao período que antecedeu a interrupção da atividade física.
O sono, ao contrário do que muitos pensam, não é um período onde o nosso organismo permanece inerte. De fato, algumas áreas do cérebro estão mais ativas durante o estado do sono quando comparado a vigília. A produção de diversos hormônios, a regeneração do tecido muscular e a consolidação da memória são alguns exemplos. Em tempos de pandemia, as dificuldades relacionadas ao autogerenciamento, a falta da exposição a luz solar, o excesso no consumo de álcool e o excesso do uso de smartphones tem sido descritos como importantes deflagradores do aumento da incidência dos transtorno do sono.
Fatores como o medo do adoecimento e o isolamento social levaram a uma explosão nos quadros de ansiedade e estresse. Sendo assim, recomeçar, buscando um acompanhamento voltado a medicina do estilo de vida, ajudando na estruturação de um plano alimentar, orientação para prática de exercícios, medidas associadas a uma boa higiene do sono e o controle do estresse, tem sido de fundamental importância para a retomada gradual das nossas atividades do dia a dia.