As cardiopatias estão entre as principais causas de morbimortalidade materna durante uma gestação, agravando os riscos obstétricos e fetais. Elas podem surgir devido às alterações hemodinâmicas causadas pela gestação, as quais sobrecarregam o sistema cardiovascular e em muitos casos, pioram distúrbios cardíacos já existentes, ou evidenciam aqueles sobre os quais ainda não se tinha conhecimento.
Durante a gestação, existem algumas restrições sobre o uso de fármacos de ação cardiovascular, o que pode dificultar o tratamento e o acompanhamento de gestantes cardiopatas, fazendo com que planejar uma gravidez seja desaconselhável para mulheres com certas cardiopatias congênitas de alto risco, como hipertensão pulmonar, síndrome de marfan, estenose aórtica sintomática grave, entre outras.
Tais restrições fizeram com que a European Society of Cardiology (ESC) publicasse em 2018 um conjunto de diretrizes sobre as mais diversas cardiopatias que podem ocorrer durante uma gestação. Entre essas diretrizes, há uma descrição detalhada dos principais fármacos cardiológicos que podem ou não ser utilizados, além das principais precauções para gestantes com cardiopatias.
Nas mulheres com cardiopatia conhecida, o ideal é que se submetam a uma avaliação médica antes de engravidar, para ponderar sobre os riscos e benefícios da gestação.