Uma vez, Michael Jordan disse: “Algumas pessoas querem que aconteça;
outras desejam que aconteça; e outras fazem acontecer”. O que o maior jogador de basquete de todos os tempos quis dizer é simples: só o desejo não leva aos resultados, é preciso fazer algo para alcançá-los. Foi assim com o jovem Guilherme, da cidade de Catalão (GO), que hoje atende como doutor Guilherme Corradi, um dos mais reconhecidos especialistas em medicina do esporte do país. Ele sorri: “Já me perguntaram: como é que um goiano desbrava São Paulo e consegue ter sucesso? Encontros positivos nos abrem portas, mas você querer e buscar faz toda a diferença”. Ele não só faz como orienta seus pacientes a seguirem o mesmo caminho. “A medicina do esporte é mais do que recuperar lesões. É para promover a saúde e prevenir doenças, já que, através do esporte, pode-se ter uma qualidade de vida melhor”, diz Guilherme, que também cuida de estética em sua clínica boutique, com atendimento 100% individual. “Fui para essa área pensando na questão do emagrecimento e da performance. E me especializei em dermatologia (pele) e tricologia (cabelo) para acompanhar de forma completa”, explica ele, formado na Unifesp. Como funciona? “A discussão é: quero viver ou sobreviver? Você pode viver bem aos 90 anos, se cuidar com 40. Ou pode estar vivo sem qualidade de vida nenhuma. Isso tem a ver com o que vai fazer antes com a sua saúde. Não falo de ter um bumbum durinho aos 50, e sim caminhar sem nenhuma restrição, se fizer uma atividade física com 30”, reflete o médico, que, preocupado com os rumos da especialidade, luta contra aqueles que se dizem “médicos do esporte”, mas sem títulos de especialista. “Pesquiso a pessoa a fundo, se não se alimenta bem, se tem uma rotina estressante, tudo influencia. Assim, posso dar um tratamento adequado a cada um.”
Voltando ao Guilherme, a vocação foi surgindo ao longo dos anos, mas a escolha pela medicina do esporte veio meio por acaso, quando o pai, Adib Elias — que também é médico, só que ginecologista — o aconselhou a abrir um departamento para preparar os jogadores do time de futebol da cidade. “Ele é prefeito de Catalão e me incumbiu de cuidar desses atletas. Ali, comecei a ver com outros olhos.” Partiu então para São Paulo, onde fincou seu lugar ao sol com uma forma mais humana de atender e entender as pessoas. Por suas mãos, atletas, artistas, políticos e influenciadores viram sua qualidade de vida mudar para melhor. “Entrego tudo o que prometo. O médico tem uma grande responsabilidade em orientar, sem frustrar”. Mas e ele, cumpre o que prega? “Sou regrado, mas normal e, claro, tem dias que vou tomar um sorvete ou um drinque. Temos que entender que o prazer não pode ser um hábito. Quem diz que é correto 100% do tempo está mentindo.” Embora tenha uma rotina de alimentação, ginástica aeróbica e até jejum — que ele defende como uma “dieta milenar” —, confessa: seu pecado é o doce. “Se pudesse comer só isso e não engordar, tiraria o sal da minha vida”, diz Guilherme, que aproveita as visitas aos pais em Goiás para matar a saudade do doce de leite de lá. Viajar também é um dos prazeres de Corradi. “Faz parte do meu equilíbrio de saúde, é orgânico.” Nada, porém, o faz se afastar muito tempo do alimento de sua alma: o trabalho. “Me encantei quando vi que poderia influenciar a vida de alguém, em especial quem sofre bullying.” Ainda mais em épocas de redes sociais. “São criadoras de pessoas ansiosas, e não há nada que engorde mais do que a ansiedade.” Por isso, Corradi quer a medicina do esporte para crianças e adolescentes. “É um protocolo novo que estou criando. Se observar a porta dos colégios, vai ver muitos com sobrepeso e nenhum médico que se propõe a tratar.” Mesmo assim, vê a importância das mídias sociais para divulgar sua especialidade. “É bom ressaltar que existe diferença entre ser conhecido e reconhecido. E para o médico é melhor virar referência. É me indicar não porque me conhece do Instagram, mas sim por saber que sou um bom médico e trago resultado.” Outro projeto é dar palestras. “Algo que quero fazer há um tempo”, finaliza ele, que ainda dá consultoria a uma rede de clínicas em Miami.
Fotos: Paulo Reis
Redes sociais: @drguilhermecorradi /clinicaguilhermecorradi