As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 17,7 milhões de pessoas morrem anualmente devido a essas enfermidades. No Brasil, são contabilizados cerca de 340 mil óbitos a cada ano, mas uma parcela significativa desses brasileiros poderia ter sobrevivido caso não tivessem deixado de fazer o uso correto dos medicamentos prescritos por seus médicos. Contudo, esse não é um problema exclusivo dos brasileiros, na verdade ele é mundial.
Especula-se que esse comportamento seja motivado por diferentes fatores, como o custo do tratamento medicamentoso, a necessidade de retorno ao médico para obter uma nova receita, a ideia de que o uso de medicamentos deve ser feito somente quando se sente doente, além da desinformação sobre o tratamento e a enfermidade em si. Nesse cenário, onde o maior desafio é conseguir fazer com que o paciente não abandone o tratamento, uma nova área da cardiologia vem se destacando: a cardiologia comportamental.
A Cardiologia Comportamental une 2 especialidades: a Cardiologia e a Terapia Cognitivo Comportamental da Psiquiatria, com o objetivo de estabelecer um arsenal terapêutico que faça com que os pacientes entendam que o uso diário de medicamentos fará a diferença entre viver bem, viver mal ou morrer.
O cardiologista deve explicar de forma clara ao paciente, evidenciando até mesmo no receituário sobre a importância da aderência ao tratamento, combater qualquer desinformação, além de conscientizar a família do paciente de que a sua vida depende do tratamento contínuo.