Milhões de mulheres em idade fértil sofrem com a endometriose, uma doença inflamatória que afeta o endométrio, fazendo com que as suas células desse tecido não sejam expelidas durante a menstruação e se desloquem para os ovários, provocando sintomas, como cólicas menstruais intensas e dificuldades para engravidar. Em casos de suspeita da doença, seu diagnóstico pode ser realizado através do exame físico e confirmado por exames de imagem, entre outros exames laboratoriais.
Os exames laboratoriais somados aos de imagem possibilitam visualizar as lesões no endométrio de forma minimamente invasiva. O aumento do CA-125 no sangue está associado a endometriose, fazendo com que mesmo que os exames de sangue não sejam específicos para detectar a doença, sejam comumente solicitados para auxiliar no diagnóstico e durante o tratamento.
A importância do exame de toque também deve ser ressaltada, pois ele é fundamental para o diagnóstico da endometriose profunda, que ocorre quando o seu foco é localizado mais de 5 mm abaixo da superfície peritoneal. Por fim, os exames de imagem, como os exames de ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética pélvica também podem ser solicitados para diagnosticar a doença, analisar seu grau de evolução, bem como o grau de comprometimento de outros órgãos.
Após estabelecer o diagnóstico, podemos dar início ao tratamento. No tratamento clínico, podem ser utilizados métodos hormonais, como as pílulas de estrógeno e progesterona, o anel vaginal e os análogos de GnRH, sendo este último utilizado apenas por curto período de tempo, devido aos possíveis efeitos colaterais que pode provocar. Quando o tratamento clínico não apresenta o efeito desejado, o tratamento cirúrgico realizado através da videolaparoscopia pode ser indicado. O objetivo é remover todas as lesões identificadas, devolvendo os órgãos pélvicos à sua anatomia normal.