A hérnia de disco é uma queixa comum em consultório de especialista em dor e é causada pela protrusão, abaulamento ou hérnia discal extrusa, comprimindo um nervo, na sua emergência da coluna cervical e lombar (mais comum), ou torácica (menos comum), onde a lesão aguda destes nervos, leva à síntese local de prostaglandinas e outros elementos pró inflamatórios resultando em um estado de dor intensa. Os corticoides são conhecidos por inibirem a produção de prostaglandinas, uma das responsáveis pela dor e inflamação que ocorrem na hérnia de disco cervical e lombar.
A dor originada da hérnia discal cervical pode ocasionalmente irradiar-se para o membro superior (braço, antebraço e mão), correspondente ao lado da hérnia (direita ou esquerda) e região paraescapular (ao lado da escapula), acompanhada de perdas de força e formigamento, podendo piorar, sua intensidade, quando o paciente olha estende a cabeça, para olhar para cima devendo-se sempre, excluir outras causas como a possibilidade de lesão de estruturas dos ombros, como manguito rotador, ou osteoartrite das articulações, e quadros de dor muscular.
Já a dor lombar, envolve três tipos: a baixa, que é toda manifestação dolorosa localizada entre a última costela e a prega glútea; a lombociatalgia que é irradiada da região lombar até um ou os dois membros inferiores e a dor ciática, aquela uni ou bilateral irradiada da raiz das coxas, atravessando os joelhos e, na maioria das vezes, alcançando o pé do lado da hérnia. Pode ser acompanhada ou não por alteração na sensibilidade (formigamento) e, ou motor (perda de força no membro afetado), devendo se fazer diagnóstico diferencial com síndrome facetária (inflamação das articulações zigoapofisárias), sacroileíte (inflamação da articulação sacroiliaca), espondilodiscite (infecção do disco)).
Paciente também pode ter a dor amplificada, quando flete o tronco sobre o quadril, ou quando fica em pé e pode melhorar em repouso.
A causa estrutural da compressão de nervos espinhais lombares, como hérnia de disco ou estenose foraminal, pode ou não ser identificada na investigação, sendo que anormalidades em imagens podem ser vistas em pacientes assintomáticos, ou seja, apresentam hérnia na tomografia e, ou ressonância magnética e não apresentam dor, fenômeno muito comum. Além disso, pode não ser correto correlacionar a dor lombar, ou cervical, aos achados radiológicos, mesmo que sejam concordantes com relação à distribuição da ciática, mesmo porque 50% da população pode apresentar abaulamento ou protusão ou hérnia de disco, sem manifestação clínica de dor associada
A dor lombar baixa por hérnia de disco inicia-se normalmente, com um evento traumático, como levantar peso, sofrer queda brusca de modo que possa causar compressão de uma ou várias raízes nervosas espinhais.
Muitas vezes, tratamentos conservadores, com antiinflamatórios não esteroidais, reabilitação e repouso, não produzem o controle adequado dos sintomas dolorosos. Para estes casos, antiinflamatórios esteroidais, mais comumente a metilprednisolona, injetados no espaço peridural lombar ou cervical, ambos guiados por aparelho intensificador de imagem, promovem alívio imediato da dor, redução do consumo de analgésicos, manutenção de atividades laborais e eliminação da necessidade de cirurgia em muitos indivíduos.
Como em todas as síndromes dolorosas, a melhor maneira de se tratar o paciente com dor é, identificando-se corretamente a causa da dor, pois sem diagnóstico correto, não existe tratamento eficaz.