Olá, pessoal! Hoje eu vou falar sobre um assunto que parece um bicho de sete cabeças para muitas pessoas que desejam passar pela abdominoplastia. Eu, Dr. André Ahmed, trabalhando tantos anos com cirurgia plástica, vejo inúmeras pacientes dizerem que têm receio do aspecto final do umbigo na abdominoplastia. O fato de haver uma pequena cicatriz em torno do umbigo já pode assustar num primeiro momento. Porém, se analisarmos com cuidado toda essa questão, vamos lembrar que o umbigo por si só já é uma cicatriz por natureza: a cicatriz umbilical.
O que é, na verdade, o umbigo?
Temos que começar a história na vida dentro do útero materno!
O cordão umbilical serve para o suprimento de nutrientes da gestante para o feto. Através dessa estrutura, também são realizadas as trocas gasosas entre as circulações sanguíneas da mãe e do bebê, incluindo a passagem de oxigênio e gás carbônico.
Após o nascimento, o remanescente do cordão umbilical é desprendido do corpo, deixando uma marca naquele local da pele onde ele se inseria: a cicatriz umbilical, ou simplesmente chamada de umbigo.
Posicionado numa região mais inferior do abdômen, o umbigo desempenha uma importante função enquanto unidade estética na composição do abdômen.
Ps. Pasmem! Certa vez um paciente me perguntou se eu poderia fazer a abdominoplastia e deixa-lo sem umbigo! Obviamente que recusei o pedido... rs
Indicação
Muitas pessoas que apresentam pele em excesso no abdômen exibem claramente o aspecto de flacidez em torno do umbigo, ou seja, uma sobra de pele recaindo sobre ele, o qual fica escondido em meio a dobras da região adjacente. Essa é a característica do umbigo na maioria das mulheres candidatas a uma abdominoplastia.
Nas pacientes que tomam a decisão de passar por essa cirurgia, o umbigo resultante da abdominoplastia exibe uma aparência muito melhor do que aquele original que havia antes de operar.
Resultado
Um umbigo bem confeccionado nessa cirurgia é etapa fundamental para se obter um resultado harmonioso. Portanto, a técnica operatória apurada e um capricho na forma de se realizar a sutura são imprescindíveis. Claro que a qualidade de cicatrização do organismo do(a) paciente também influencia muito. Não preciso nem comentar da importância de se seguir as recomendações pós-operatórias, o que é fundamental para um bom resultado.
Outra observação importante: o tabagismo influencia negativamente qualquer processo de cicatrização! Consequentemente, fumantes podem sofrer comprometimento na cicatriz em torno do umbigo.
Técnica Cirúrgica
Uma dúvida comum entre o público leigo em relação à abdominoplastia convencional: “O umbigo será retirado de um lugar e colocado em outro?”
A resposta é: NÃO.
O umbigo permanece aderido à parede muscular do abdômen. Em outras palavras, ele fica inserido na mesma região durante toda a cirurgia. O que acontece na realidade é que a pele que antes estava localizada acima do umbigo irá descer, sendo tracionada para baixo, devido à retirada de pele.
Nessa cirurgia, a partir da incisão na “marca do biquíni”, realizamos o descolamento de toda a pele e tecido subcutâneo, expondo o músculo até quase a transição do abdômen para o tórax. Mas, nesse descolamento, o umbigo é poupado. Ele não é desinserido do músculo na abdominoplastia convencional. Obs. Não estamos falando aqui de miniabdômen, ou miniabdominoplastia, que tem é uma cirurgia mais rara de acontecer, pois tem suas indicações específicas (assunto para um outro momento).
Portanto, na abdominoplastia clássica, que é a mais realizada no nosso dia-a-dia, o umbigo é desconectado da pele ao redor de onde estava aderido originalmente, por meio de uma incisão em torno dele, e permanece inserido ao músculo na sua base.
O descolamento da pele segue para cima. A seguir, tracionamos para baixo toda a pele descolada, e o excesso de pele e gordura subcutânea são retirados. Então, o seguimento de pele que estava acima do umbigo é todo esticado para baixo. Uma região específica da pele que estava acima do umbigo irá descer, e irá coincidir, na nova situação, com a posição do umbigo.
Será então realizado um novo orifício na pele que desceu e, nesse orifício, o umbigo será reconectado. Ou seja, ele permanece na mesma posição. A pele que estava lá em cima foi quem desceu, e nela confeccionamos um orifício para suturar o umbigo original.
Confuso?... rs Deixe essa tarefa para o cirurgião.
Considerações finais.
Enfim... Os resultados conseguidos para o umbigo na abdominoplastia, numa cirurgia bem conduzida, são muito naturais!
Um umbigo lindo e gracioso na abdominoplastia, com certeza, é a “assinatura” de uma cirurgia bem sucedida.
Sempre que possível, os(as) pacientes que pretendem se submeter a essa cirurgia devem ser incentivados a entrarem em contato com outros que já passaram por ela, para que se possa ter acesso ao grau de satisfação e aos benefícios sentidos por quem, antes da cirurgia, tinha vergonha de ir à praia, e hoje se vê realizado com seu abdômen, e sem preocupação com o umbigo!
Eu, Dr. André Ahmed, tenho a minha maneira pessoal de confeccionar o umbigo na abdominoplastia. É a soma do que aprendi com meus mais velhos, somado com a minha experiência de tantos casos operados e algumas adaptações que implementei. Tudo isso me levou ao refinamento técnico para resultar no aspecto final do qual me orgulho de proporcionar. Uma observação: eu particularmente prefiro deixar um umbigo menor, sempre que possível, pois assim, pela minha observação, o resultado fica mais natural
Espero poder ter desmistificado um pouco essa questão. Será um prazer sanar outras eventuais dúvidas!
Dr. André Ahmed