O câncer de próstata é, atualmente, o câncer que mais acomete os homens em todas as regiões do país, excetuando-se os tumores de pele não melanoma. Segundo a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer, no biênio 2018-2019, são esperados 68.220 novos casos de câncer de próstata por ano.
Algumas razões para o aumento dos casos de câncer de próstata são: o aumento da expectativa de vida da população, haja vista que a doença acomete com maior frequência homens acima dos cinquenta anos, e o maior número de casos diagnosticados, pela popularização de exames diagnósticos.
Apesar de muitas campanhas de conscientização, muitos homens ainda têm preconceito e medo de procurar um urologista para realizar o exame da próstata. A campanha do “Novembro Azul” busca conscientizar o maior número possível de homens sobre a importância do exame, que é simples, indolor e eficaz na detecção precoce da doença.
Segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia, todo homem a partir dos 50 anos deve procurar, anualmente, um urologista para realização do exame da próstata. Pacientes com história familiar de câncer de próstata, ou da raça negra, devem iniciar a investigação por volta dos 45 anos, por apresentarem maior risco de desenvolver a doença e, por vezes, de forma mais agressiva.
Muitos homens solicitam a um outro médico especialista, seja um cardiologista ou geriatra, o exame de sangue do PSA, achando que com isso estão seguros, por receio de realizar o exame da próstata com um urologista. Entretanto, a avaliação isolada do PSA não é suficiente para o rastreamento correto. Tal prática pode levar os pacientes a receberem um diagnóstico tardio do câncer de próstata. Vale ressaltar que o urologista é o médico mais indicado para avaliar o paciente, realizar exame físico adequado e indicar a necessidade de exames complementares mais detalhados, como ultrassonografia, ressonância magnética ou biópsia de próstata.
Nos últimos anos o tratamento do câncer de próstata passou por uma verdadeira revolução. Além da descoberta de inúmeros medicamentos capazes de prolongar a vida dos pacientes, a popularização de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como a videocirurgia convencional ou assistida por robótica, trouxeram resultados animadores, sobretudo com relação ao tempo de recuperação dos pacientes.
Outro fator que modificou a vida de muitos homens com câncer de próstata foi a popularização da vigilância ativa. Estudos científicos demonstraram que, cerca de 50% dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer de próstata podem ser classificados como pacientes de baixo risco para progressão da doença. Esses pacientes apresentam determinadas particularidades que indicam que a chance de o câncer de próstata evoluir, significativamente, é baixa. Outros estudos, também demonstraram que até 70% destes pacientes puderam ser acompanhados durante 15 anos através de consultas e exames periódicos, com urologistas especializados, sem a necessidade de receber qualquer tipo de tratamento, seja ele cirurgia, radio ou quimioterapia. Esse acompanhamento recebeu o nome de vigilância ativa.
Os pacientes com indicação clínica e que optarem por realizar esta vigilância devem ser avaliados criteriosamente e o acompanhamento deve ser realizado por um urologista com experiência no assunto, a fim de determinar quais pacientes podem continuar com a observação e quais vão necessitar receber outro tipo de tratamento.
As técnicas cirúrgicas minimamente invasivas consolidaram-se nos últimos anos devido ao menor tempo de recuperação pós-operatória, com retorno mais precoce às atividades diárias. No entanto, é importante salientar, que o fator mais relevante no resultado da cirurgia, é a experiência do cirurgião com a técnica utilizada. Procure avaliação de urologistas com formação e experiência em urologia oncológica e técnicas minimamente invasivas.
Não esqueça que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores armas no combate ao câncer.