Zinco baixo associado a maior risco de morte em pacientes com COVID-19
Uma pesquisa apresentada em uma conferência recente (ECCVID) sugere que baixos níveis sanguíneos de zinco estão associados piores evoluções em pacientes hospitalizados com COVID-19.
Neste estudo com análise retrospectiva de pacientes internados em um hospital de Barcelona, os níveis de zinco foram rotineiramente avaliados na admissão e verificados, através de modelos estatísticos, o impacto da dosagem deste elemento na mortalidade.
O nível médio de zinco entre os 249 pacientes desta coorte foi de 61 mcg/dL. Entre os que vieram ao óbito, (n=21, 8%), os níveis basais de zinco eram significativamente mais baixos 43mcg/dL versus 63.1mcg/L nos que sobreviveram.
Apresentar um nível de zinco abaixo de 50mcg/dl na admissão associou-se ao risco 2.3 vezes mais alto de morte intra-hospitalar (95% CI 1.06-5.01; P=0.034) comparado com os pacientes cujas taxas de zinco eram de 50mcg/dL ou mais.
Níveis de zinco mais elevados se associaram com menores taxas de interleucina-6, uma proteína que intensifica a inflamação, durante o período da infecção ativa.
Após ajustes por sexo, idade, gravidade e tratamento com hidroxicloroquina, análise multivariada regressiva demonstrou que, para cada unidade de aumento no zinco na admissão hospitalar, foi observada uma redução de 7% no risco de mortalidade intra-hospitalar (0.93, 95% CI 0.89–0.98; P=0·0049).
O zinco já vinha sendo utilizado em outras infecções respiratórias, e estudos in vitro demonstram podem ter implicações no controle do vírus. Provavelmente, os indivíduos com as taxas mais baixas deste elemento possam ser os que melhor se beneficiem desta reposição.
Referência bibliográfica:
Güerri-Fernández R, et al. Abstract 00177. Lower baseline zinc levels are associated with poorer outcome in COVID-19. ECCVID 2020. 23-25 September 2020.