A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é um dos distúrbios mais frequentes do sistema vestibular, e como o próprio nome indica, provoca episódios recorrentes de vertigem e tontura rotatória, desencadeadas por determinados movimentos na posição da cabeça durante a realização de atividades cotidianas, como se curvar para calçar os sapatos ou para pegar objetos no chão, por exemplo. Essa patologia é considerada de caráter benigno por não apresentar sinais de malignidade, que possam provocar alterações neurológicas.
A VPPB possui uma maior incidência sobre as mulheres, podendo se manifestar em qualquer faixa etária, mas surgindo com maior frequência a partir dos 60 anos, quando o risco de quedas associadas a fraturas aumenta. Mesmo com o conhecimento dessas informações, na maioria dos casos da VPPB, a causa primária da doença é indeterminada ou pouco esclarecida.
Atualmente, a teoria mais aceita para explicar o transtorno é que ele seja proveniente da realização de movimentos específicos da cabeça, que acabam provocando o deslocamento de fragmentos dos cristais de otocônias. Como esses cristais não são realocados de forma natural ao seu local de origem, passam a desencadear as crises de tontura quando o indivíduo muda a posição da cabeça em ações comuns do dia a dia.
Os episódios de VPPB variam quanto à duração, reincidência e gravidade, provocando como principal sintoma uma sensação de rodopio, ou a impressão de que o ambiente ao redor está girando. Também podem ser considerados sinais do distúrbio: perda de equilíbrio, instabilidade postural, alterações no sistema vestibular, náuseas e vômitos.
Mesmo sendo considerada uma patologia benigna, os episódios de vertigem podem gerar situações de grande risco, já que os episódios de VPPB podem ocorrer de repente, quando a pessoa está descendo escadas, dirigindo ou atravessando ruas muito movimentadas, por exemplo.
A VPPB pode ser tratada e curada através da manobra de reposicionamento canalicular, um procedimento que pode ser realizado em apenas alguns minutos, consistindo basicamente na realização de uma série de movimentos e posições com o corpo e a cabeça, visando à liberação e o reposicionamento dos cristais que se desprenderam e migraram para os canais semicirculares.
Existem diversas manobras de reposição canalicular para pacientes com tontura, sendo cada uma delas selecionadas e realizadas de acordo com a avaliação clínica do paciente.
De maneira geral, as manobras de reposicionamento não provocam grandes incômodos para os pacientes, sendo bem toleradas. Durante a manobra, o paciente pode relatar apenas uma leve vertigem e se sentir um pouco nauseado. Caso o paciente apresente uma sensibilidade excessiva aos movimentos, o paciente pode ser medicado, fazendo com que a manobra seja melhor tolerada.
A maioria dos pacientes costuma responder bem à aplicação das manobras de reposição canalicular, que constituem uma excelente forma de aliviar os sintomas da VPPB e reduzir o risco de quedas e fraturas, especialmente nos idosos, e de forma rápida e segura. Além disso, caso a recuperação após as manobras não seja completa, o procedimento pode ser repetido quantas vezes forem necessárias.