O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado um Transtorno do Neurodesenvolvimento, ou seja, faz parte de um grupo de condições com início no período do desenvolvimento, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e a Deficiência Intelectual. As características essenciais do TEA são prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
A gravidade da apresentação dos sintomas é variável, podendo ser classificada em leve, moderada e grave. Dessa maneira, os sintomas devem estar presentes desde o início da infância e devem limitar ou prejudicar o funcionamento diário. Além disso, os sintomas devem ser pervasivos, ou seja, devem estar presentes em diversos ambientes.
As primeiras manifestações clínicas variam de indivíduo para indivíduo, podendo estar presentes desde os primeiros dias de vida, tornando-se mais evidentes entre 12 e 24 meses de idade. Além disso, pode ocorrer também uma regressão de habilidades já adquiridas ao longo do desenvolvimento em torno dos 18 meses de vida, forma conhecida como Autismo Regressivo.
Veja abaixo alguns sinais de alerta para o Transtorno do Espectro Autista na primeiríssima infância:
- A criança apresenta pouco contato visual ou não sustenta o olhar.
- Demonstra pouco interesse por outras pessoas.
- Não atende quando chamada pelo nome.
- Prejuízo na imitação (exemplos: dar tchau ou bater palmas).
- Não aponta com o dedo para indicar necessidade ou para compartilhar interesses.
- Não gesticula ou balbucia com 12 meses.
- Ausência de palavras com significado aos 16 meses.
- Não forma frases funcionais com duas palavras aos 24 meses.
- Pode ter regressão da fala.
- Dificuldade em brincar de “faz de conta”.
- Apresenta movimentos estereotipados (exemplos: movimentos incomuns como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás ou girar sem motivo aparente).
- Presença de comportamentos sensoriais incomuns (exemplos: se incomoda com ruídos do cotidiano, não gosta de toques, apresenta seletividade alimentar).
Dessa forma, a estimulação precoce se beneficia de um período chamado “janela de oportunidade’, que ocorre até os três anos de idade, em que o cérebro da criança é altamente plástico, respondendo de forma efetiva às intervenções realizadas através da formação de novas vias neuronais.
Sendo assim, a intervenção interdisciplinar possibilita a aquisição de múltiplas habilidades que serão fundamentais ao longo da vida do indivíduo. O trabalho deve ser realizado de forma conjunta entre a família, a equipe de saúde e a escola, promovendo suporte e acolhimento adequados a necessidade de cada sujeito.